Recordações ...
Conduzia um Jeep “Willis” numa picada plana e sinuosa, quando cruzei com uma “zorra “ carregada de sacos de milho e de outras bugigangas. A acompanhavam-na os proprietários das mercadorias que se dirigiam à povoação comercial do Calundo. Parei, pois reconheci o condutor : era o Chimuco meu antigo empregado. A “zorra” tinha o feitio de uma fisga ( em ípsilon ) e na pega estava amarrada com piaças uma canga para dois bois que arrastavam aquele rudimentar meio de transporte pela picada.
E pensei na roda. Quem a descobriu e em que século. Vem-me ao pensamento Galileu e o movimento pendular: a terra a girar à volta do sol e também sobre o seu próprio eixo, descoberta que quase o levou à morte. O relógio com as suas rodinhas, a carroça, ou seja a “zorra” mas já com rodas. Sonhava.
Tinha em casa, abandonada, uma velha camioneta. Ofereci ao Chimuco um dos seus eixos com as rodas de pneus para montar em cima a sua “zorra”. E continuei a sonhar
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